quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Unilab abre suas portas para receber estudantes dos países de língua portuguesa

A Universidade da Integração Internacional abre suas portas para receber estudantes dos países de língua portuguesa construindo integração com o continente africano e com o Timor Leste. De acordo com Edital podem participar das inscrições estudantes oriundos de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Para saber mais acesse o Link: www.unilab.ufc.br

A Unilab visa integrar os países da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP), com o objetivo de alavancar as relações entre os membros dessa comunidade, valorizando a língua portuguesa, e, também, segundo o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aumentando as forças econômicas, políticas e sociais: "Nós queremos pelo menos cinco mil alunos africanos e 5 mil alunos brasileiros aprendendo aquilo que nós precisamos aprender para ajudar a desenvolver”.

Criada em 20 de julho de 2010, a Unilab trará efetivos benefícios para o país, ampliará a oferta de ensino superior e, ao mesmo tempo, gerará conhecimentos científicos e tecnológicos necessários ao desenvolvimento, à prosperidade e ao bem-estar dos brasileiros e das populações envolvidas dos países de língua portuguesa, além de contribuir de forma estratégica em defesa e fortalecimento do bloco da CPLP. O reitor da Unilab Paulo Speller acredita que esse é o caminho para o desenvolvimento sustentável: "fechamos várias parcerias na região africana, o que contribui para o fortalecimento da economia local, além de abrir portas para o Brasil".

A região do Maciço do Baturité no Ceará está pronta para receber os estudantes que pretendem crescer e contribuir com o município, que agora se prepara para uma nova realidade, a era do conhecimento avançado.
As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas somente nas Missões Diplomáticas brasileiras em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ligação de fibra óptica entre Reino Unido e África do Sul chega a Cabo Verde - 9-Nov-2010 - 20:43

Um ano após a adesão ao projecto West African Cable System (WACS), chegou hoje a Cabo Verde a ligação que entrará em pleno funcionamento em Junho de 2011, entre Londres a Yzerfontein (África do Sul).


O WACS (Sistema de Cabo Oeste Africano, em português) é de fibra óptica e liga o continente africano ao europeu, passando por Portugal e com uma ramificação para Cabo Verde, em que a principal empresa de telecomunicações, a CV Telecom, participada pela Portugal Telecom, investiu 25 milhões de dólares (17,85 milhões de euros).

O investimento, disse à Agência Lusa fonte da empresa, visa satisfazer o elevado crescimento do tráfego na Internet em Cabo Verde, ao mesmo tempo que garante a redundância dos sistemas existentes e melhora a conectividade entre a África e a Europa.

O cabo foi estendido ao longo de 14 530 quilómetros entre Londres e a Yzerfontein, próximo da Cidade do Cabo, com derivações a Portugal (estação terminal no Seixal), Canárias, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Congo, RDCongo, Angola (Luanda), Namíbia e África do Sul.

Construído pela Alcatel Lucent, contando com a tecnologia "DWDM" - Multiplexagem por Divisão de Comprimento de Onda Densa -, o cabo tem quatro "pares fibras", uma capacidade inicial de 400 a 500 gigabits por segundo e orçou, na sua totalidade, 650 milhões de dólares (464,3 milhões de euros).

Segundo a fonte da CV Telecom, a empresa já concretizou todos os trabalhos para a recepção e alojamento do cabo, concluindo-se uma das mais importantes etapas do projecto com capacidade e qualidade para sustentar as necessidades e exigências de banda larga.

Cabo Verde conta desde 2000 com a operação do cabo de fibra óptica incluído no projecto ATLANTIS 2, que, segundo disse a fonte à Lusa, se constatou ser insuficiente, surgindo a necessidade de reforçar a rede.

Os dados divulgados em Agosto pela Agência Nacional de Comunicações (ANAC) cabo-verdiana indicam que o telefone móvel tem uma taxa de penetração de 71% (cerca de 380 mil clientes) e a Internet aumentou 67% no primeiro semestre deste ano (cerca de 30 mil utilizadores).

Em Setembro, numa entrevista à Lusa, o administrador da empresa cabo-verdiana, Humberto Bettencourt dos Santos, numa antecipação à chegada do WACS a Cabo Verde, lembrou que o plano de investimentos da empresa em 2010 ascende a 30 milhões de euros, permitindo melhorar a qualidade das telecomunicações no país.

A partir de 2011, acrescentou, Cabo Verde terá mais de 1500 quilómetros de fibra óptica, assente em moderna tecnologia IP e com ligações inter-ilhas, "uma rede de primeira classe", permitindo a banda larga em todas as ilhas, melhorando a "muito deficiente" rede fora da de Santiago.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SÃO TOME E PRÍNCIPE ocupa 127ª posição entre 169 países no IDH 2010 Relatório aponta educação de baixa qualidade como principal problema. A partir de

O relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para 2010, divulgado nesta quinta-feira (4), mostra o S.tomé e Príncipe na 127ª posição entre 169 países. Os cinco primeiros colocados são, pela ordem, Noruega, Austrália Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda. O cinco últimos são Zimbábue, República Democrática do Congo, Níger, Mali e Burkina Faso.
De acordo com o economista Flávio Comim, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no novo IDH “São. Tomé e Príncipe continuam na sua trajetória, que é uma trajetória muito harmônica, ou seja, o IDH são-tomense vem crescendo igualmente nas duas dimensões [saúde e educação] enquanto a renda familiar (salário) ainda esta muito mal".
De acordo com o relatório, 80,5% dos são-tomenses são pobres e "sofrem privação" em saúde, educação e renda. Destes, o principal item, segundo o relatório, é a educação. "O que mais pesa na pobreza é a educação. O novo IDH mostra que é necessário dar mais importância à educação em São Tomé e Príncipe", disse Comim.
Educação
Segundo Comim, o novo IDH é mais exigente quando se trata de educação. "Foram introduzidas novas variáveis, uma nova fórmula de cálculo, e, dentro dessa nova fórmula, um padrão mais alto sobre o sistema educacional e a qualidade desse sistema", explicou o economista.
"Então, não basta mais colocar as crianças e os jovens na escola. Agora, eles têm que estar na série adequada, na série que se espera que eles estejam para que você consiga dar a eles uma oportunidade igual", disse Comim. Segundo ele, "o desafio para o S.tomé e Príncipe evoluir ficou maior".


Por :LEONILDO COSTA ALUNO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL EM UFRJ( BRASIL)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

29/09/2010 Alimentação no período de seca deve mudar para adultos e crianças Segundo especialista, é preciso dar prioridade a alimentos naturais e co

Segundo a previsão do tempo, a seca que castiga S.Tomé e Príncipe ainda está longe de dar uma trégua. Mas com uma alimentação adequada as pessoas podem amenizar os incômodos desse período de baixa umidade do ar, sobretudo a desidratação corporal. O ideal é que sejam ingeridos até três litros de água por dia. Também é preciso dar prioridade a alimentos naturais e com baixos teores de açúcar e gordura.
A nutricionista da coordenação de Atenção à Saúde do Servidor do Ministério da Saúde, Ivana Vasconcelos, recomenda priorizar os sucos naturais e frutas com maior quantidade de água. “Nesta época é preciso redobrar os cuidados com o consumo de sucos artificiais e refrigerantes. Pois, além de não hidratar podem ser prejudiciais à saúde. O ideal é dar prioridade aos sucos naturais sem ou com pouco açúcar, água de coco e frutas que tenham porcentagem maior de água, como a melancia e a mexerica”, -orienta Ivana.
Segundo a nutricionista, o ideal para ter uma alimentação saudável é evitar o consumo de carnes e de embutidos em geral, como presunto, salames, mortadela, salsicha, entre outros. Para ela, o caminho é consumir hortaliças cruas, que são servidas frias e dão uma melhor sensação para o corpo.
Ivana Vasconcelos lembra, ainda, que as crianças são muito afetadas nesse período. Por isso, os pais devem redobrar os cuidados com o consumo de líquido dos pequenos e evitar que eles comam alimentos com alto teor de gordura, como o creme de leite e o requeijão. " Adultos são mais resistentes, mas bebês e crianças se desidratam com facilidade. Por isso, os pais devem ficar atentos. O ideal é oferecer líquidos o tempo todo e incentivar o consumo de alimentos leves" , completa a especialista.

Por: Leonildo Costa

Viagens a São Tomé e Príncipe

País muito querido pelos portugueses, Brasileiros por todos, São Tomé e Príncipe oferece a oportunidade de uma viagem inesquecível ao lado de um povo franco e hospitaleiro. As históricas roças de São Tomé - como a Roça São João -, as praias desertas e as plantações de café do Príncipe, o imaculado ilhéu das Rolas, as tartarugas da praia Jalé com suas cabanas para ecoturismo, e a própria cidade de São Tomé, capital do país são motivos de sobra para viagens a São Tomé e Príncipe.

São Tomé e Príncipe

Antiga colónia portuguesa independente desde 1975, São Tomé e Príncipe quer favorecer um turismo de qualidade, propondo um quadro único de descoberta, preservando o melhor possível as suas paisagens luxuriantes, a sua arquitectura singular e, sobretudo, a sua cultura calma.

São Tomé e Príncipe é um país em vias de desenvolvimento cuja economia é baseada essencialmente no cacau, no café, na pequena agricultura e na pesca. Situado no Golfo de Guiné, sobre o Equador, a aproximadamente 220 quilómetros da costa ocidental africana, é o segundo estado mas pequeno de África, depois das Ilhas Seicheles.

O Arquipélago, de origem vulcânica, é constituído pelas ilhas de São Tomé com 854 Km² e pela ilha de Príncipe com 136 Km² e ainda por inúmeros ilhéus, com uma superfície total de 1001 Km². Percorrendo as ilhas, no meio de uma vegetação exuberante, entrecortada por numerosos cursos de água e riachos, distinguem-se relevos acidentados de altitudes diferentes. Os mais importantes são: o Pico de S. Tomé com 2024 metros, o Pico Pinheiro, o Pico Calvário, o Pico Cabumbé, o Pico do Príncipe, o Pico Papagaio, e o Pico Cão Grande que constitui uma referência da paisagem local.

As Ilhas contam com cerca de 140 000 habitantes (cerca de 7 000 no Príncipe). É uma população mestiça aberta ao mundo e sorridente que gosta de intercambiar com os estrangeiros apesar de um forte indíce de pobreza.
Cultura de São Tomé e Príncipe

Com uma história densa de contornos universais, São Tomé e Príncipe constitui um mosaico cultural riquíssimo. Sendo a população sãotomense resultado da miscegenação entre portugueses e nativos oriundos da costa do Golfo da Guiné, Angola, Cabo Verde e Moçambique, assim se explica tal riqueza, bem patente na sua cultura (no seu rico folclore, na língua, na dança, na música, no seu ritual e na gastronomia).

Na área arquitectónica, a fortaleza de São Sebastião, a catedral da Santa Sé (Igreja da Sé), situada ao lado do Palácio Presidencial, o Arquivo Histórico e outros tantos edifícios de inspiração barroca são espaços de visitas culturalmente enriquecedoras. O Museu, situado na capital, possui uma colecção de arte sacra e de reconstituição de interiores tradicionais da época colonial.

Ao longo do ano, cumpre-se o ritual e a veneração popular; são muitas as festividades religiosas celebradas de acordo com as tradições da Igreja católica e manifestações pagãs que animam as ruas das principais cidades, vilas e luchans.
Entre várias formas de expressão cultural no arquipélago, distinguem-se o genuíno Socopé (só com o pé), a Ússua, Puita, Djambi, o Tchiloli, Bligá, Stleva, Quiná, Vindes Meninos, Dêxa, Auto de Floripes, entre outras.

A arte plástica é um fenómeno cultural novo para Tomé e Príncipe. Pintores, escultores, artesãos de talento não faltam. É possível encontrar artistas em diversos lugares: em São Tomé na galeria Teia D'arte, na roça São João, em Santa Casa da Misericórdia. Quanto ao artesanato, um entreposto de venda está aberto ao público ao lado do hotel Miramar. É de assinalar também que vários hotéis, restaurantes e bares propõem lugares de exposições e de vendas.
Tchiloli

Desde o século XVI, uma peça de teatro, o Tchiloli, é encenada na ilha de São Tomé e Príncipe ritmando os tempos fortes do ano: as festas religiosas e as festas civis. A representação dura quase quatro horas. É uma obra atribuída ao poeta cego português Balthasar Dias: "A tragédia do marquês de Mântua e do Imperador Carlos Magno". A peça foi introduzida em São Tomé e Príncipe no fim do século XVI pelos portugueses que vieram implantar a cultura de cana-de-açúcar.

A história desenrola-se durante a época carolíngia e foi trazida sem dúvidas pelos trovadores de origem borgonhesa a partir do século XI em Portugal.

O Tchiloli (nome crioulo da peça), mostra várias personagens históricas: Carlos Magno, seu filho Carloto, o Marquês de Mântua, Balduino, Reinaldo de Montalvão, Rolando. O encadeamento da história é construido em torno de um assassinato que dá lugar a uma longa apologia sobre a justiça. O assassinato acontece durante uma caçada, Marquês de Mântua descobre seu sobrinho Valdevinos, que agonisa. Valdevinos em agónia acusa o príncipe D.Carloto, seu melhor amigo, de o ter matado para lhe roubar a sua esposa, Sibila. Marquês de Mântua envia o duque de Amão e Beltrão a Corte de Carlos Magno para pedir justiça. É então organizado um processo na presença do defunto que é colocado entre as duas famílias. Uma carta encontrada, é levada por um jovem pagem, acabrunha Carloto. Apesar das súplicas da sua mulher, Carlos Magno condena à morte o seu filho na presença do ministrol da Justiça. D.Carloto recorre desta decisão com ajuda do seu advogado o conde Anderson mas em vão, Carlos Magno permanece inflexível.

Desde o século XVI que os são-tomenses apropriaram-se desta peça incluindo os seus próprios textos e a sua cultura. Os textos são também improvisados de acordo com a actualidade local. Os fatos e os acessórios são frequentemente contemporâneos: telefone portátil que serve para chamar o advogado, um relógio é utilizado por Carlos Magno que consulta a hora, óculos de sol em plástico são utilizados pelos actores que utilizam também pastas, máquinas de escrever.

A peça põe em cena um processo onde a justiça é feita, quer seja o acusado rico, quer seja o acusado pobre. A presença ainda muito importante desta peça após estes séculos passados pode ser explicada por dois factos essenciais. O primeiro é a visão do poder português em Carlos Magno e um público que se reconhece na pessoa de marquês de Mântua que é injustamente oprimido mas que resiste. O segundo é a representação da vítima que é omnipresente durante a peça que representa o culto dos Africanos para as mortes com a preocupação de honrá-los.

As companhias teatrais, denominadas "Tragédia", que dão as representações de Tchiloli, são constituídas por cerca de trinta pessoas: todos homens que desempenham então os papéis das mulheres. Os papéis são hereditários, cada um dos actores possui o seu papel durante toda a vida e transmite-o aos seus filhos ou afilhados.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Cabo Verde Cabo Verde é o país africano com mais emigrantes licenciados - 29-Sep-2010 - 17:47

Cabo Verde é o país africano com mais emigrantes licenciados, concluiu um relatório científico apresentado na Comissão Europeia (CE) e no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas.


O “Livro Branco” foi elaborado por 250 universidades de todo mundo, e é, segundo os investigadores, citados pela Rádio Nacional de Cabo Verde (RCV), um estudo que analisou a saída de quadros de África para Europa e de que forma os países podem travar a fuga de conhecimento.

O estudo mostrou que 43 por cento dos diplomados africanos emigram para a Europa, 31 por cento para os Estados Unidos da América, 12 por cento para Canadá e 12,8 para Austrália.

Dez países africanos têm mais 40 por cento dos seus cérebros no estrangeiro e Cabo Verde ocupa a primeira posição, com 67 por cento da população licenciada fora do país, seguido da Gâmbia e de Serra Leoa.

Muitos partiram para ganhar mais dinheiro, outros para mestrados e doutoramentos, tendo a maioria deles permanecido nos países de destino.

A Europa é o continente com maior presença de médicos, engenheiros, gestores e outro tipo de licenciaturas, representando cerca de 60 por cento do total.

O documento mostra ainda que, entre 1990 e 2000, a emigração dos quadros superiores da África Ocidental para os países desenvolvidos aumentou 123 por cento contra 53 por cento dos não qualificados.

O baixo salário e a falta de meios de trabalho são os motivos que impedem África de reter os seus investigadores e quadros e de ter recursos humanos que consigam competir com as economias mais potentes, refere-se no documento.

O relatório foi apresentado numa altura em que a migração volta ao debate europeu e visa também alertar os países da União Europeia (UE) que a imigração proveniente da África tem também quadros qualificados.




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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cabo Verde lidera competitividade entre os países lusófonos de África - 12-Sep-2010 - 19:02 Segundo o Fórum Económico Mundial, Angola está na penúlt

Cabo Verde entrou directamente para a 117ª posição no Ranking de Competitividade 2010/11, uma avaliação feita pela primeira vez ao arquipélago pelo Fórum Económico Mundial (FEM), que, globalmente, considera o desempenho cabo-verdiano “positivo”. No “ranking”, surgem também Portugal, na 46ª posição, com 4,38 pontos (desceu três lugares em relação ao índice 2009/10), Brasil, na 58ª, com 4,28 pontos (desceu dois), Moçambique, na 131ª com 3,32 pontos, (desceu dois) e Angola, que surge pela primeira vez no índice, na 138ª e penúltima posição, com 2,93 pontos.


Os restantes países de língua portuguesa - Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - não foram analisados.

Segundo o documento, Cabo Verde foi positivamente avaliado nos requisitos básicos de competitividade, mas foi penalizado devido à fraca performance dos factores geradores de eficiência, onde ocupa o 129º lugar.

Segundo Franz Tavares, director executivo da Inove Research, uma das empresas que promoveu a entrada do país para o “ranking” dos avaliados, pesaram na avaliação da variável a ineficiência dos mercados laboral e de bens, bem como o incipiente Ensino Superior e a reduzida dimensão do mercado nacional.

No entanto, o arquipélago foi avaliado de forma positiva nos requisitos básicos de competitividade, considerado o factor mais relevante na avaliação de países em desenvolvimento.

Com uma pontuação de 4,13 pontos, Cabo Verde ocupa o 96.º lugar, resultado da avaliação “muito positiva” das instituições públicas (56º na saúde e 89º na educação primária) e de uma outra, “pouco favorável” das infraestruturas, disse Franz Tavares.

No indicador Inovação, Cabo Verde ocupa o 117º lugar, enquanto no de Sofisticação de Negócio desce para o 128º.

Segundo Franz Tavares, entre os 31 países da África Subsaariana avaliados pelo Fórum Económico Mundial, Cabo Verde encontra-se a meio da tabela, 15º lugar.

O “ranking” geral é liderado pela Suíça, seguido da Suécia e de Singapura. Os Estados Unidos da América caíram dois lugares, passando a ocupar a 4ª posição.

O Relatório Global de Competitividade elaborado pelo Fórum Económico Mundial é, segundo Franz Tavares, reconhecido mundialmente como a referência de medidas de comparação e de factores que afectam a competitividade e o crescimento dos países.

Divulgado pela primeira vez em 1979, o relatório oferece a mais profunda avaliação da competitividade de mais de 130 países desenvolvidos e emergentes.

Os objectivos passam por fornecer um instrumento único de “benchmarking” para as empresas no desenvolvimento de estratégias e na tomada de decisões de investimento e aos Governos na identificação de obstáculos ao crescimento económico e de medidas de política económica.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

S. Tomé e Príncipe: mais uma vítima do petróleo?

As reservas de petróleo de São Tomé e Príncipe estão a atrair a cobiça de muitas potências regionais, governos ocidentais e multinacionais do sector, ao ponto de deixar preocupadas associações humanitárias como a Human Rights Watch. Num relatório de 13 páginas intitulado "Um Futuro Incerto", aquela organização alerta para o facto de o arquipélago não estar preparado para gerir esta riqueza

Apesar dos esforços internos e internacionais para melhorar a transparência financeira e a prestação de contas, aquele país africano de língua oficial portuguesa contínua mal equipado para gerir a sua parcela dos lucros do petróleo, afirma a Human Rights Watch. No final do ano, o Governo de São Tomé e Príncipe deverá anunciar as empresas escolhidas para explorar as suas reservas petrolíferas, avaliadas em 10 mil milhões de barris, mas as autoridades sãotomenses foram incapazes ou não fizeram um verdadeiro esforço para cumprir os requisitos da sua filiação, em 2008, na Extractive Industries Transparency Initiative (EITI), publicando na íntegra os pagamentos feitos pelas companhias interessadas na exploração petrolífera das suas águas.
Para a Human Rights Watch, o arquipélago de São Tomé e Príncipe poderia constituir um paradigma dos esforços internacionais para evitar que os países sejam vítimas dos seus recursos, como já aconteceu a tantos produtores de petróleo (Nigéria, Angola, Gabão e Guiné Equatorial). As futuras receitas do petróleo têm potencial para transformar um país com 166 mil habitantes, bastante pobre e que depende, essencialmente, da exportação de cacau.
Contudo, nem tudo corre mal em São Tomé e Príncipe. A WACT (We Are Changing Together), uma organização não governamental para o desenvolvimento (ONGD) apolítica e sem fins lucrativos, está a desenvolver desde Setembro de 2009, um programa de melhoria das condições de vida das comunidades mais carenciadas, em parceria com a companhia de aviação portuguesa White. Neste contexto, foram desenvolvidas diversas actividades nas comunidades de Guadalupe e Canavial, tais como a Feira das Profissões e a Tarde Saudável, orientadas por voluntários da WACT.
Reconhecendo o valor económico dos recursos naturais de São Tomé e Príncipe, a organização está a desenvolver o Projecto WACT Rotas, valorizando o potencial turístico das principais roças do país. Posteriormente, o projecto pretende apostar na capacitação de microempresas familiares que se dediquem ao cultivo de produtos agrícolas típicos, de artesanato e restauração, integradas nas rotas turísticas organizadas pela WACT.
Em 2010 e 2011, a WACT está a implementar duas rotas no distrito de Lobata, destacando a Roça Agostinho Neto como âncora dos roteiros: a Rota Azul inclui um mergulho nas águas transparentes da Lagoa Azul, enquanto a Rota do Peixe, permite ao turista conhecer os segredos da pesca artesanal no arquipélago. A WACT pretende estimular o empreendedorismo dos sãotomenses através de consultoria permanente e apoio financeiro, com base num fundo de microcrédito.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Actividade portuária acelera crescimento de Cabo Verde - 27-Aug-2010 - 17:22 Dentro de um ano 80 por cento dos portos terão as mais modernas infraes

O presidente da Empresa Nacional de Portos (Enapor) de Cabo Verde garantiu que, em 2011, 80 por cento dos portos do país disporão de infraestruturas modernas, lembrando que estas já garantem entre 3 a 4 por cento do Produto Interno Bruto. Em declarações à imprensa, Franklim Spencer disse acreditar que, no próximo ano, todos os portos do país terão capacidade para receber navios contentores, e com tecnologias diferentes, nomeadamente de transporte horizontal.


Franklim Spencer sublinhou que o processo de modernização dos portos de Cabo Verde visa dotar o país de infraestruturas portuárias que permitam cumprir o plano de desenvolvimento desenhado pelo Governo cabo-verdiano, que passa por potenciar a sua vocação logística no Atlântico Médio.

A Enapor é a empresa pública que gere os nove portos marítimos, um por cada ilha, destacando-se os três internacionais, Praia (Santiago), Porto Grande (São Vicente), que acolhem navios de grande calado, e Palmeira (Sal).

Em Agosto de 2009, Franklim Spencer apontara 2012 como o ano em que Cabo Verde teria os seus portos preparados para competir com quaisquer outros, destacando, na altura, o de São Vicente, no qual o executivo tenciona criar um “centro económico”, com a oferta de uma Zona Franca, com produtos em regime de isenção aduaneira.

A previsão é crescer de 150/200 para 400/500 navios e aumentar o número de contentores reexportados de 2000 mil para 4000 ou mesmo 5000. Mas Cabo Verde pretende também servir de plataforma aos navios das empresas petrolíferas no Atlântico Médio.

Segundo o presidente da Enapor, em 2012, altura em que deverá ficar concluído o plano de investimentos em várias ilhas, que ascende a 300 milhões de euros de investimento, o país terá um sector portuário “muito mais dinâmico” e com “capacidade para projectar o seu desenvolvimento” económico.

Franklim Spencer recordou que a Enapor contribui com 2,127 milhões de contos (19,2 milhões de euros) para o Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano, o que corresponde entre 3 a 4 por cento do total, tendo em conta, directa e indirectamente, a exploração e actividade dos portos.

O porto da Praia contribui com 38 por cento do volume global, seguido pelo de São Vicente (34 por cento), Palmeira (10 a 12 por cento) e o conjunto dos restantes portos (Brava, Fogo, Maio, Boavista, São Nicolau e Santo Antão) com 14 a 16 por cento, acrescentou.

Franklim Spencer realçou também o crescimento e a participação do sector portuário na economia cabo-verdiana, indicando que, no passado, representava 10 por cento do setcor terciário (transportes) e que, actualmente, está entre os 25 e os 30 por cento, o que lhe permite também participar nos investimentos em curso.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pesquisa prova pela primeira vez relação entre estresse e dificuldade para engravidar Publicada em 12/08/2010 às 13h52m

- Ter uma vida em que se está sempre correndo contra o tempo, com prazos apertados, indo de um lugar a outro, cumprindo compromissos sem parar diminui as chances de uma mulher engravidar. No primeiro estudo que realmente comprova que o estresse reduz as possibilidades de ficar grávida, cientistas da Universidade de Oxford, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, mostraram que os altos níveis de adrenalina interferiram na concepção: as mulheres com os níveis mais altos de adrenalina, medidos pela saliva, tinham 12% menos de chance de engravidar no primeiro mês do que aquelas com níveis mais baixos.

A diferença desapareceu depois do primeiro mês, porque as mais relaxadas já tinham engravidado. O estudo foi feito com 274 mulheres entre 18 e 40 anos e publicado na revista "Fertilidade e esterilidade".

- Essa descoberta enfatiza a importância de os casais manterem-se relaxados quando pensarem em tentar ter um bebê. Para algumas pessoas, pode ser importante recorrer a técnicas de relaxamento, com acompanhamento de profissionais, como ioga e meditação - explica Celia Pyper, que coordenou o estudo.

Os pesquisadores pediram às mulheres para manter um diário em que registravam a data da menstruação, estilo de vida, incluindo fumar e beber, e a frequência com que faziam sexo. No sexto dia do ciclo menstrual, os cientistas pediram para elas coletarem uma amostra de saliva em que mediram os níveis de cortisol, hormônio ligado ao estresse crônico, e a alfa-amilas, um indicador de adrenalina. Para surpresa dos pesquisadores, só os níveis de adrenalina interferiram na dificuldade para engravidar.

- Trabalhávamos com a hipótese de que só as estressadas crônicas teriam dificuldade. Foi interessante perceber que não houve relação com o nível de cortisol no organismo - disse Celia. - A adrenalina surge rapidamente, nas situações-limites ou de perigo. Tentar diminui-la pode ser o grande segredo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Guiné Bissau «Plataforma essencial dos narcotraficantes», diz investigador americano - 8-Aug-2010 - 11:16

Bissau “tornou-se numa plataforma essencial dos narcotraficantes, que podem operar com impunidade”, afirma um investigador norte-americano.


“O Estado não exerce nenhum poder real sobre os narcotraficantes, mesmo que quisesse fazê-lo (o que não é aquilo que podemos ver)”, declarou o investigador e consultor de segurança Douglas Farah, entrevistado pela Lusa a partir de Paris.

Douglas Farah, antigo correspondente do “Washington Post” na África Ocidental, é autor de diversos livros sobre a ligação do tráfico de diamantes na região com o terrorismo global.

O investigador segue, nos últimos anos, a evolução das redes de narcotráfico em África e na América Latina, e afirma que Bissau adquire uma importância crescente nas rotas internacionais da droga.

Douglas Farah mostrou-se céptico sobre a eficácia de um contingente de paz oeste africano na estabilização de um país na situação da Guiné-Bissau, se for essa a solução adoptada para a missão internacional actualmente em análise.

O especialista americano recorda, nomeadamente, o balanço nem sempre positivo das missões de paz realizadas pela ECOMOG em vários conflitos da região nos últimos vinte anos, como na Serra Leoa e Libéria (com a participação de militares da Guiné-Bissau).

“A lição triste a tirar é a de que a maior parte das forças de paz da África Ocidental podem impor alguma ordem no início mas tornaram-se rapidamente corruptas e ficaram com frequência brutais”, nota Douglas Farah.

“As excepções têm acontecido quando estão envolvidas unidades de elite treinados pelos EUA ou outros países, como na Serra Leoa em 2000-2001 quando as tropas com preparação da Nigéria e do Gana tiveram muito êxito”, acrescentou o autor americano.

“No entanto, é um grande risco colocar soldados mal pagos e mal treinados num ambiente permissivo, onde se tem acesso a grandes quantias de dinheiro sujo”, sublinhou ainda Douglas Farah.

A Presidência da Guiné-Bissau está analisar a recepção não de uma força militar mas de uma missão de estabilização, de acordo com as recomendações da comunidade internacional, esclareceu na sexta-feira o porta-voz oficial da presidência guineense.

Segundo Agnelo Regalla, a vinda dessa missão, ainda em análise através de um debate iniciado pelo Presidente Malam Bacai Sanhá, terá como finalidade essencial “o apoio e a credibilização” do processo de reforma no sector de Defesa e Segurança e a “monitoramento ao processo de recrutamento e formação de novos mancebos”.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental têm prevista para segunda-feira uma série de reuniões políticas sobre a reforma do sector de defesa e segurança da Guiné-Bissau.

Brasil, Moçambique e Timor-Leste já anunciaram a disponibilidade de enviar militares para a Guiné-Bissau.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

S Tomé e Príncipe Novos equipamentos de controlo de passageiros no aeroporto - 8-Jul-2010 - 16:23

O Serviço são-tomense de Migração e Fronteiras (SMF) reforçou as medidas de controlo e segurança no aeroporto internacional de São Tomé com a instalação de equipamento com tecnologia de ponta capaz de detectar documentos ilegais.



Os equipamentos foram instalados com o apoio financeiro e técnico dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal (SEF) e teve custos avaliados em mais de 20 mil euros.

Trata-se de um sistema de processo automático e seguro de saída e entradas (PASSE) de pessoas, identificando em tempo real documentos biométricos digitalizads.

O aeroporto internacional de São Tomé e Príncipe é considerado “bastante vulnerável” e nos últimos anos, segundo informações de fonte dos serviços de migração e fronteira do arquipélago, tem havido “tendência crescente de alguns fenómenos, caso particular de imigração ilegal de cidadãos provenientes da costa africana”.

O Ministro são-tomense da Administração Interna, António Paquete, disse que o novo instrumento é um desafio no controlo à circulação de pessoas nas fronteiras do país e permitirá no futuro consultar a base de dados da Interpol.

“A segurança sai reforçada com registo automático de entrada e saída dos passageiros ao controlo de imigração ilegal, drogas e outras actividades criminosas”, acrescentou António Paquete.

Para facilitar a passagem pela fronteira, o dirigente alertou os cidadãos nacionais para a necessidade de “todos optarem por usar o passaporte biométrico”.

Apelou a maior vigilância dos funcionários do SMF e obediência às novas regras aos passageiros que se movimentam nas fronteiras de São Tomé e Príncipe.

“Os passageiros já não têm que preencher os boletins de entradas e saídas”, disse o governante, numa altura em que se espera um aumento de entrada e saída de cidadãos estrangeiros neste período de verão propício para a actividade turística.

António Paquete lembrou que “o ganho no combate à criminalidade organizada, tráfico de droga, de seres humanos, terrorismo e fluxo do fenómeno migratório ilegal, têm que se encontrar respostas no reforço da cooperação entre todas as autoridades”.

O PASSE faz parte do projecto de modernização das estruturas aeroportuárias do país, onde foi possível alterar o cenário de embarque e desembarque dos passageiros pelo sector de fronteiras com duas portas de entrada, uma para os nacionais e membros da CPLP, e outra para os estrangeiros de fora da comunidade.

“A mudança torna possível uma análise de informação imediata, mais coerente e eficaz para a segurança interna, mediante a concretização de protocolo e estabelecimento de linhas de comunicação e a consulta à base de dados da Interpol”, referiu o governante.

A Região Autónoma do Príncipe, considerada pelo ministro como “foco de entrada da migração ilegal para a capital”, não dispõe do novo sistema operativo devido “às limitações financeiras”, justificou Paquete.

O Embaixador português acreditado em São Tomé e Príncipe, Fernando Machado, que participou no acto inaugural dos novos equipamentos, considerou o PASSE como “uma prioridade definid

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Trabalho infantil começa a ser cada vez mais frequente em São Tomé e Príncipe

A exploração de mão de obra infantil começa a ser visível em São Tomé. Muitas crianças são enviadas para oficinas de carpintaria, marcenaria, comércio ambulante, para partir pedras e outras ainda dedicam-se artesanato para obterem o sustento.

As razões são várias, e a Lusa pôde ouvir hoje de cada criança uma história diferente, quando se assinala o Dia da Criança Africana.

“Reprovei duas vezes na 6.ª classe e a minha mãe decidiu colocar-me nessa oficina”, disse Augusto Maia, justificando a sucessiva reprovação nos exames escolares com a falta de alimentação.

“Por vezes passamos o dia todo sem comida, e de manhã só como pão para ir à escola”, diz Augusto Maia, que recebe uma “gratificação” mensal de 200 000 dobras (cerca de oito euros).

Juntamente com esta criança, estão na rua outras três, com idades que variam entre os 10 e 14 anos.

“A minha mãe viajou para Portugal e o meu pai e a minha madrasta puseram-me na oficina (carpintaria)”, diz José João, de 12 anos.

A história mais dramática é a de João Manuel, hoje já com 16 anos, residente em Angolares, (sul de São Tomé). Abandonou a escola aos nove anos porque precisava ajudar a mãe e dois irmãos quando o pai morreu.

“A minha mãe não tinha comida para nós. Muitas vezes dormíamos com fome e não conseguia estudar. Comecei a vender plástico na rua para um senhor que me aldrabava quando fazíamos as contas”, explica.

“Deixei de vender plásticos e comecei a vender peças de artesanato. Fiz amizade com muitos estrangeiros brancos a quem eu pedia dinheiro quando não vendia nada. Eles davam-me e diziam-me para deixar essa vida e estudar. Mas não tinha como”, acrescenta João Manuel.

“Os pais trazem as crianças e nós assumimos. Eu não aposto em jovens porque eles já entram com interesse em querer ganhar dinheiro. Prefiro apostar nos mais novos porque enquanto estão a aprender não têm o vício do dinheiro”, diz à Lusa o proprietário de uma marcenaria onde trabalham três menores.

Segundo sociólogos são-tomenses, a degradação da família e a falta de uma política do Governo para com as pessoas que vivem na extrema pobreza está a fazer crescer o numero de crianças desamparadas e que se enveredam pelo trabalho infantil.

Entretanto, contrastando com a pobreza que abrange mais de 53 por cento da população são-tomense, em que as crianças e mulheres são as principais vitimas, há também crianças que vivem uma vida abastada.

È o exemplo de uma criança de 10 anos que estuda na Escola Portuguesa, onde paga uma propina de 50 euros mensais. Trata-se do filho de um membro do Governo, que pediu para não ser identificado.

O ordenado mínimo em são Tomé e Príncipe é de 35 euros.

“Eu venho para a escola e regresso para casa de carro com a minha mãe ou, por vezes, com o condutor do meu pai”, disse a criança, acrescentando que além de tomar as refeições em casa, leva “lanche para a escola todos os dias”.

O Dia da Criança Africana foi instituído em 1991 pela então Organização da Unidade Africana (OUA) – substituída pela União Africana (UA) em 2002 -, em homenagem ao massacre de estudantes no Soweto (África do Sul) durante uma manifestação em 1976 de protesto contra a introdução da língua “afrikaans” no ensino.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Anúncio República Democrática de SãoTomé e Príncipe Ministério das Obras Públicas, Infra-estruturas, Transporte e comunicações ENASA Pedido d

Anúncio
República Democrática de SãoTomé e Príncipe
Ministério das Obras Públicas, Infra-estruturas, Transporte e comunicações
ENASA
Pedido de Manifestação de Interesse
(Aquisição de Bens)
Título: “Fornecimento de viaturas de combate ao Incêndio no Aeroporto”

O Governo da República Democrática de SãoTomé e Príncipe através da Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea “ENASA” pretende adquirir viaturas de combate ao incêndio no Aeroporto, com vista a prestar melhores serviços.

A ENASA convida as empresas elegíveis (firmas) a manifestarem o seu interesse em fornecer as referidas viaturas. As Firmas (empresas) interessadas devem fornecer a informação (CV) da empresa, folhetos, brochuras, execução de contratos similares, e existência de pessoal qualificado entre a equipe de funcionários, etc.), que indica que estão qualificados para fornecer os serviços em referência.

Uma “lista curta” de empresas /firma) será seleccionada de acordo com o regulamento de Licitações e contratações públicas, aprovado pela Lei nº 8/2009 de 26 de Agosto. As empresas interessadas (firmas) poderão obter informações adicionais no endereço abaixo indicado durante as horas de expediente (08h00 às 16 16h00).

As manifestações de interesse devem ser entregues ou enviadas até 18 de Junho de 2010 para:
Direcção Administrativa e Financeira
ENASA -Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea
Aeroporto Internacional de SãoTomé, Caixa Postal 703 – SãoTomé
Tel. 00 239 2221878 / 2221878
E-mail: enasast@hotmail.com ou enasa@cstome.net

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Arrancou hoje a campanha nacional de vacinação contra a gripe A

O Ministério são-tomense da Saúde deu início hoje a uma campanha de vacinação contra a gripe A H1N1, revelou uma fonte sanitária no arquipélago.


A campanha, cuja duração é de quatro dias, visa imunizar contra a gripe H1N1 pelo menos 15 mil pessoas, entre crianças menores de dois anos, mulheres grávidas, adultos com doenças crónicas e o pessoal da saúde que lida directamente com a doença.

A campanha está a ser coordenada pelo programa são-tomense de vacinação (PAV) e financiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objectivo é proteger dez por cento da população são-tomense contra a infecção da gripe na eventualidade de uma nova vaga da epidemia no país.

A gripe A matou em São Tomé seis pessoas e infectou mais de 140, facto que, de acordo com os indicadores oficiais do Ministério da Saúde, fez disparar em 2009 as consultas a nível dos postos e centros de Saúde.

O governo espera, com a campanha, contribuir para a redução da morbilidade e mortalidade dos grupos de maior risco ligados a infecção.

O Director dos Cuidados de Saúde, Eduardo Neto, disse a jornalistas que a inclusão dos profissionais de saúde na lista das pessoas a serem vacinadas visa “garantir o funcionamento dos serviços para atendimento ininterrupto dos casos suspeitos ou confirmados”.

Eduardo Neto disse ainda que as 16 doses de vacinas disponibilizadas pela OMS serão suficientes para vacinar 15 200 pessoas alvo desta campanha mediante a estratégia apresentado pelo Ministério da Saúde são-tomense.

“Estamos a vacinar profissionais de saúde, mulheres grávidas a partir de segundo trimestre da gravidez, asmáticos, diabéticos, portadores de VIH-Sida e tuberculose, bem como as crianças de seis a 23 meses”, referiu Eduardo Neto.

Assegurou que todos os meios necessários foram mobilizados para a campanha que vai decorrer nos centros de saúde, hospitais e de porta a porta. Cerca de 300 profissionais de saúde e voluntários foram mobilizados para percorrer todo o país.

Norton de Matos vai treinar selecção guineense

O treinador de futebol português Norton de Matos é a partir desta segunda-feira o selecionador de futebol da Guiné-Bissau, disse à agência Lusa o director geral do Desporto guineense, Fidelis Forbs.

Segundo Fidelis Forbs, o treinador português chega esta segunda-feira a Bissau proveniente de Dacar, Senegal, e faz declarações à imprensa no aeroporto.

De acordo com a mesma fonte, os contactos com Norton de Matos tiveram início em Março.

O técnico português tem contrato até Outubro de 2011 e vai ajudar a selecção guineense a passar a fase preliminar da Taça de África das Nações de 2012.

Duas toneladas de cocaína apreendidas na Gâmbia Ontem

Duas toneladas de cocaína foram apreendidas na Gâmbia, país situado perto do norte da Guiné-Bissau. Na operação foram detidas 12 pessoas e apreendido muito dinheiro e várias armas.

Duas toneladas de cocaína, avaliadas em quase mil milhões de euros e que tinham como destino a Europa, foram apreendidas nos arredores de Banjul, capital da Gâmbia.

A BBC indica que, na operação policial, foram detidas 12 pessoas e apreendido muito dinheiro e também várias armas. As autoridades encontraram ainda computadores com dados valiosos sobre o funcionamento da rede internacional de tráfico.

Na operação participaram agentes secretos britânicos, que ajudaram a descobrir a droga - proveniente da América do Sul - disfarçada por uma parede falsa num armazém.

Os cartéis da droga têm uma actividade crescente nos países da região, incluindo a Guiné-Bissau, aproveitando a pobreza das populações e a fragilidade dos sistemas de segurança e de justiça.

Governo pondera acordo de «céus abertos» com a União Europeia

O Governo de Cabo Verde deverá, em breve, assinar um “acordo aéreo horizontal” com a União Europeia (UE), primeiro passo de um processo que levará a uma política de “céus abertos” à navegação aérea com os “27”.


A iniciativa foi anunciada no Parlamento pelo ministro de Estado e das Infraestruturas, Transportes e Telecomunicações de Cabo Verde, Manuel Inocêncio de Sousa, ao ser interpelado sobre a política de transporte e circulação de pessoas e bens.

Inocêncio de Sousa, que não adiantou mais informações sobre o acordo, sublinhou que o Estado, através da assinatura de quatro “pacotes”, abriu o espaço aéreo cabo-verdiano às companhias dos principais países europeus precursores do turismo para o arquipélago.

“De uma situação em que as ligações aéreas intercontinentais de Cabo Verde eram garantidas só a partir da ilha do Sal, exclusivamente por duas companhias aéreas, para três ou quatro capitais europeias, temos hoje cerca de 20 companhias a ligar quatro aeroportos do arquipélago”, disse o ministro, acrescentando que os resultados da política em discussão “são inquestionáveis”.

No entender de Inocêncio de Sousa, citado pela agência cabo-verdiana Inforpress, as melhorias são conhecidas também a nível dos transportes aéreos domésticos.

Nesse sentido, lembrou que a frota doméstica dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) foi renovada, tendo aumentando a sua capacidade de 144 para 184 lugares, e a entrada no mercado local de uma nova companhia, a Halcyonair.

Quanto ao processo de privatização da transportadora aérea de bandeira, os TACV, Inocêncio de Sousa sublinhou que a crise da aviação civil internacional e as dificuldades internas da própria companhia não permitiram ao Governo conclui-lo, pelo que, disse, continua-se à procura de parceiros interessados.

ARRANCA HOJE CIMEIRA DE COOPERAÇÃO LUSO-CABO-VERDIANA

Lisboa, 09 de Junho – Arranca esta quarta-feira, em Lisboa, a I Cimeira de Cooperação Luso-Cabo-Verdiana.

Co-presidida pelos primeiros-ministros português, José Sócrates, e cabo-verdiano, José Maria Neves, a cimeira vai passar a decorrer alternadamente em Portugal e Cabo Verde de dois em dois anos.

Na sua deslocação a Portugal, José Maria Neves é acompanhado por cinco ministros – Defesa (Cristina Lima), Finanças (Cristina Duarte), Negócios Estrangeiros (José Brito), Turismo, Indústria e Energia (Fátima Fialho), e Ensino Superior, Ciência e Cultura (Fernanda Marques) - e um secretário de Estado – Adjunto do primeiro-ministro (Humberto Brito).

Neste encontro vão ser assinados novos acordos que contemplam já as novas vertentes das relações bilaterais, passando a vigorar as parcerias público-privadas.

Entre as áreas principais estão as novas tecnologias de informação e comunicação, energias renováveis e apoio ao financiamento da construção de infra-estruturas, bem como defesa e segurança, habitação e educação e ensino superior.

Ontem, os dois governos assinaram cinco protocolos de cooperação, três deles ligados à promoção da Língua Portuguesa e dois na área das Finanças.

Além das relações bilaterais, o encontro vai servir também para abordar a Parceria Especial de Cabo Verde com a União Europeia (UE)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Escolhas turismo

Digo muitas vezes “o que seria do amarelo se todos gostassem do azul”, mas nem sempre é assim…
Ok, vamos escolher definitivamente o turismo como ponto de partida para arranque do País ou não?

Vamos escolher a agricultura? Sei lá! Tomates, cenouras, cacau, coco, ananás? Pode ser, mas parece que não encontramos compradores se produzirmos mais do que 20 hectares…e exportar? Talvez. E que condições para transportar, preços e acordos?

Vamos escolher a pesca? Artesanal? Isso dará para a subsistência! Ok, industrial!? Com quem? Acordos? Sim, fizemos alguns, mas também temos alguns “encalhados”.

Vamos ao petróleo? Sim, mas temos que rever, muitos dos acordos feitos e deitar a baixo alguns contractos à luz da boa governança. Será melhor aguardar alguns anos até sermos “maiores e vacinados”.

…e turismo? Valerá a pena ou não? O que pode vir daí?
Bem imaginem que começa a vir mais gente visitar-nos…precisamos de mais papel para impressos dos vistos, mais motoristas para os levar aos hotéis, mais alguns dicionários para os perceber, mais alguns quilos de fertilizantes para as cenouras, mais motores Yamaha de 15 cavalos para trazer peixe andala, mais mesas para servir umas creoulas frescas, mais lixas para o artesanato, mais tecido para as batas dos enfermeiros, mais pedra para calcetar as estradas… Ah! Também vamos precisar de mais gasóleo…
Enfim se calhar chegamos à agricultura, à pesca aos serviços e muito mais se começamos pelo TURISM

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cuba quer construir universidade de medicina em São Tomé

São Tomé 12-05-2010 - O Governo cubano pretende construir em São Tomé uma universidade de medicina avançada, de acordo com uma proposta apresentada pelo embaixador cubano acreditado em São Tomé e Príncipe e Angola, Pedro Ross Leal. A proposta cubana foi apresentada pelo diplomata durante um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros são-tomense, Carlos Tiny. “Estamos a amadurecer um projecto para abrirmos uma escola de medicina, aqui em São Tomé”, disse Pedro Rossi Leal, acrescentando: “nós temos pouco, mas podemos repartir o pouco que temos com os outros. Essa é a nossa filosofia”.

O diplomata cubano, residente em Luanda, disse que essa universidade de medicina pode ter a comparticipação de outros países, acrescentando que terá a valência para “formar médicos para São Tomé e para o resto dos países da sub-região”.

Para as autoridades são-tomenses, o projecto é visto “com bons olhos” já que “se enquadra na política do Governo para a transformação de São Tomé e Príncipe num país de prestação de serviços”, disse uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação são-tomense (MNEC).

Segundo a mesma fonte, a execução desse projecto está prevista para médio prazo porque o objectivo é limitar o envio para Cuba de estudantes para formação em medicina e aumentar, consequentemente, o número daqueles que pretendem formar-se nessa área.

“No próximo mês de Agosto estão previstos deslocar-se para Cuba uma vintena de estudantes são-tomense para fazer medicina. Tendo uma escola aqui, podem fazer medicina 50, 60 ou 100 jovens”, disse Pedro Ross.

“Nos últimos três anos, foram abertas cinco escolas de medicina em Angola, em cinco províncias diferentes. Podemos fazer o mesmo aqui em S. Tomé”, acrescentou o embaixador.

Cuba tem atualmente a trabalhar no principal hospital do arquipélago uma equipa de sete médicos nas especialidades de cirurgia geral, pediatria, ginecologia, internamento, psiquiatria, anestesia e otorrinolaringologia.

“Quando você olha para a população de São Tomé, pergunta quem são os profissionais e técnicos que existem em São Tomé e Príncipe e chega à conclusão que a grande maioria formou-se em Cuba ou com os professores cubanos em São Tomé quando tínhamos aqui professores há mais de 30 anos”, justificou.

A cooperação com Cuba centra-se atualmente nas áreas de educação (formação de quadros) e nos domínios da saúde, onde Cuba tem vários médicos especialistas a trabalhar como cooperantes, pagos com o financiamento da cooperação taiwanesa.

“Estamos a trabalhar no sentido de alargar essa cooperação para outras áreas”, acrescentou o diplomata cubano, que aponta o turismo e a pesca como o próximo alvo da cooperação entre os dois países.

“Somos uma potência turística, recebemos 2,3 milhões de turistas por ano e podemos transmitir essa experiencia para o apoio ao desenvolvimento turístico de São Tomé e Príncipe”, explicou.

Solidariedade contra o embargo dos EUA

Enquanto isso, Cuba pediu “solidariedade dos países amigos” com vista a pressionar a administração norte-americana a levantar o bloqueio económico imposto há mais de 40 anos, disse o embaixador cubano.

“Temos uma situação económica muito séria, a nível internacional temos que dar no duro porque temos adicionalmente a crise económica mundial e o bloqueio desumano e brutal que se exerce contra o nosso país”, disse Pedro Ross Leal.

“Como sempre, temos contado com o apoio e a solidariedade de São Tomé e Príncipe na arena internacional” disse o diplomata cubano, lembrando que em Setembro próximo se realiza a Assembleia Geral das Nações Unidas, em que um dos temas em discussão será o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba.

“São Tomé e Príncipe, na voz do seu Presidente, sempre apoiou o levantamento do bloqueio imposto contra o nosso povo, contra o nosso país, contra os nossos, velhos, mulheres e crianças”, acrescentou o diplomata cubano

sexta-feira, 7 de maio de 2010

ENASA em greve e avião da TAP aterra sem nível de segurança aérea exigida

O Parvo 07-05-2010 O avião comercial da TAP aterrou e descolou esta manhã no Aeroporto Internacional de SãoTomé, sem as devidas condições de segurança porque os trabalhadores da Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea (ENASA) estão desde ontem em greve indeterminado. Os trabalhadores exigem a demissão em bloco da direcção da empresa, devido a má gestão e falta de condições laborais e salariais.

As autoridades fizeram deslocar esta manhã para o aeroporto cerca de três dezenas de policiais de intervenção que se encontram espalhadas por todos os edifícios e serviços aeroportuários. Em contacto telefónico esta manhã, com o líder do sindicato dos trabalhadores, Osvaldo Monte Verde confirmou esta aterragem sem nível de segurança exigida. Apontou o exemplo de dois carros bombeiros municipais, que designou chamar de “caixas de fósforo” sem preparação para um serviço de segurança aeroportuário.

A propósito, disse mesmo que vai elaborar um relatório de denúncia a OIT sobre essa situação, apontando os perigos desse comportamento das autoridades. E, perante uma situação que viola os direitos dos trabalhadores e que possa pôr em perigo a vida dos passageiros, Osvaldo Monte Verde disse que ainda esta manhã o sindicato vai reunir todos os trabalhadores para ouvi-los e tomar outras posições, conforme decisão do colectivo.

O Sindicato da ENASA vai também apontar o dedo à TAP que, no entender do sindicato, tem duas “cores” e duas “línguas” nas reclamações que ela vem fazendo sobre a questão de segurança no Aeroporto Internacional de SãoTomé. Diz Osvaldo Verde que a TAP está sempre a lamentar sobre a situação de segurança do aeroporto.

Por isso, coloca uma pergunta: “Sabendo a TAP que os trabalhadores da ENASA estão em greve, (aumento de insegurança), porquê transportar passageiros nestas condições para SãoTomé?”. Comentando, Osvaldo Verde diz que a TAP terá feito isso para “somar pontos ao primeiro-ministro, Rafael Branco e a sua filha Natacha Branco que é delegada da TAP em SaoTomé e Príncipe”.

Saliente-se que esta greve continuou depois de fracassados encontros de negociações que o sindicato dos grevistas teve com o ministro de tutela, Benjamim Vera Cruz e o primeiro-ministro, Rafael Branco. Do fracasso, as carreiras comerciais da TAAG e de outras não puderam ser concretizadas. Será que a TAP terá feito uma aventura?

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Norton de Matos vai treinar selecção guineense

O treinador de futebol português Norton de Matos é a partir desta segunda-feira o selecionador de futebol da Guiné-Bissau, disse à agência Lusa o director geral do Desporto guineense, Fidelis Forbs.

Segundo Fidelis Forbs, o treinador português chega esta segunda-feira a Bissau proveniente de Dacar, Senegal, e faz declarações à imprensa no aeroporto.

De acordo com a mesma fonte, os contactos com Norton de Matos tiveram início em Março.

O técnico português tem contrato até Outubro de 2011 e vai ajudar a selecção guineense a passar a fase preliminar da Taça de África das Nações de 2012

ABC a «arma de cooperação maciça» brasileira em África

Brasília - Com uma sigla que sugere o nome de um manual, a Agência Brasileira de Cooperação, ABC, tornou-se em tempo recorde no centro nevrálgico da vontade política do Palácio do Planalto e da estratégia do Itamaraty no continente africano.
Não será por acaso que a ABC ainda está instalada no complexo do Palácio do Itamaraty, nome pelo qual é mais conhecido o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, MRE. Em face ao ministério erguem-se as torres do Congresso Federal e Senado que concluem a majestosa avenida «dos Ministérios» idealizada por Óscar Niemeyer. Lateralmente, surge o novo Palácio do Planalto que alberga a presidência.

Os principais alicerces do poder político brasileiro estão assim concentrados num eixo onde discretamente emerge o «peso pesado» da cooperação brasileira, ABC, e a ponta de lança do Itamaraty em África segurada pelo Planalto.

Quando se fala de África em Brasília os responsáveis de qualquer Ministério respondem mecanicamente, e textualmente, que «o Presidente Lula definiu que a cooperação com África é prioritária para o Brasil, trata-se de um relacionamento estratégico». No entanto Marco Farani, o energético Director da ABC, realça o «calcanhar de Aquiles» da cooperação: «a Lei brasileira ainda limita muito a acção de cooperação que o Brasil pretende fornecer». Para contornar esta lacuna a cooperação brasileira é designada apenas como «cooperação técnica».

Juridicamente, o Brasil, país emergente, continua a ser encarado internamente como do Terceiro Mundo, não podendo assim fornecer cooperação, mas apenas receber. Um paradoxo legislativo que não se coaduna com o posicionamento do Brasil nas esferas do poder planetário e na dinâmica brasileira em África, bloqueando burocraticamente o salto quantitativo e qualitativo da acção idealizada no Planalto.

«É apenas uma questão de tempo para ultrapassarmos esse problema», diz Marco Farani esboçando um sorriso premonitório, «um projecto lei já está esboçado e poderá ser apresentado até ao final de 2010. Não podemos estar bloqueados por uma Lei que já não se ajusta à realidade actual.»

Os limites legislativos acabaram assim por ser um pormenor habilmente contornado pela designação de «cooperação técnica» e através parcerias com instituições e organismos externos. Mas, também aliado ao imbróglio legislativo estão as limitações orçamentais da Agência.

A ABC «gere apenas um orçamento de 70 milhões de Reais (cerca de 30 milhões de euros). Comparativamente a outros países, com fortes tradições na cooperação em África, que dispõem de orçamentos dez vezes superiores ao nosso, conseguimos fazer dez vezes mais que eles. Isto é uma realidade bem visível» sublinha Marco Farani, «fizemos uma remodelação total nos mecanismos clássicos da cooperação, implicamos todos os ministérios e desenvolvemos articulações entre as instituições e organizações. Ou seja, criamos um novo conceito de cooperação adaptado à especificidade brasileira evitando os erros dos outros.»

Desde 2003, a ABC já desenvolveu mais de 150 programas e projectos de cooperação técnica. Em 2008 cerca de 115 acções de cooperação, entre projectos e actividades isoladas, foram executadas apenas no continente africano onde se destacaram os países da lusofonia que absorveram cerca de 74 por cento do volume dos recursos da ABC. «A lusofonia será sempre uma prioridade óbvia brasileira, mas vamos alargar o nosso leque de acção e diversificar os beneficiários», avança Farani.

Acções no Senegal, Nigéria, Namíbia, Quénia, Burquina Faso, Botsuana, Chade, Mali, Marrocos e Zâmbia, assim como vários outros países, já estão em curso ou em fase de negociação. «O alargamento da cooperação brasileira depende dos países que a requerem» realça o Ministro, «no entanto, privilegiámos uma cooperação durável e não efémera e que se auto financie a médio prazo». O sucesso do projecto no Gana, onde a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) já abriu um escritório, já é uma referência com o programa de desenvolvimento de culturas para biocombustíveis, abrindo uma nova fase nas energias alternativas em África.

Neste quadro, e respondendo às solicitações dos Estados africanos, a aposta no desenvolvimento agrário tornou-se a área de excelência de acção que, além dos países citados, também já abrange todos os PALOP, Camarões, Tunísia, Argélia e Tanzânia.

Em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), a ABC desenvolve a instalação de Centros de Formação Profissional, mas também está presente com programas nos sectores diversos como o ensino, governação, saúde, Direitos Humanos.

De uma forma autónoma, relativamente à ABC, estão dois ministérios vitais que actuam igualmente de forma determinante na cooperação brasileira em África, o Ministério da Defesa e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Em breve a ABC vai abandonar o «Anexo I» do Itamaraty e ocupar novas instalações, maiores e mais adaptadas à sua missão, onde vão trabalhar os 120 funcionários da Agência, especializados exclusivamente em «cooperação», e até ao fim do ano devem ser reforçados com mais 50 novos elementos, confirmou Farani.

Mesmo assente num vazio legal interno, a cooperação brasileira transformou-se em poucos anos num eficaz instrumento diplomático na reconstrução da nova imagem e mutação do «jeitinho brasileiro» em potente «arma de cooperação maciça» habilmente coordenada com os objectivos estratégicos políticos e económicos internacionais do Itamaraty e do Planalto.

terça-feira, 27 de abril de 2010

S Tomé e Príncipe Governo do Príncipe admite decretar estado de calamidade por falta de chuva - 26-Apr-2010 - 21:06

O governo regional do Príncipe poderá decretar em breve o estado de calamidade caso nos próximos dias não chova na ilha, onde os agricultores se queixam de prejuízos elevados devido à falta de precipitação.


"A situação é crítica, vamos primeiro fazer um levantamento, tomar conhecimento real da situação, e logo depois pedir apoios aos nossos parceiros e ao governo central", disse o presidente do governo regional, José Cardoso Cassandra.

"A continuar assim, temos que considerar que é uma situação de calamidade natural para a agricultura aqui no Príncipe" acrescentou o governante.

Há três meses que não chove na ilha, em pleno Equador, particularmente chuvosa nesta época do ano, e os agricultores estão a somar prejuízos com a seca.

A Lusa apurou que vários agricultores se reuniram este fim de semana com o governo local para procurar uma solução para o problema.

"Apareceu a bruma seca numa altura em que não estávamos habituados. Normalmente ela só aparece em princípio de janeiro e este ano infelizmente surgiu em Março. É evidente que isto alterou totalmente as condições meteorológicas e ambientais, provocou uma redução de actividade atmosférica e ao mesmo tempo uma elevação da temperatura", explicou Silvestre Umbelina, responsável pelos serviços meteorológicos da Ilha do Príncipe.

"É verdade que essa alteração do ambiente teve algum reflexo na agricultura", acrescentou Umbelina, engenheiro agrónomo de profissão.

"Se não chover nos próximos dias, vamos ter de ficar de braços cruzados", lamentou, por sua vez, o agricultor João Sampaio.

O governo regional começa a considerar ser necessário pensar, pela primeira vez, num sistema de rega para a região autónoma do Príncipe, apesar de "ser difícil, tendo em conta a própria topografia da ilha", reconhece Silvestre Umbelina.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

FAÇAM ALGUMA COISA POR NÓS OS ESTUDANTES NO ESTRANGEIRO

Téla Nón
Email: abelveiga@voila.fr
Site: http://www.telanon.in

, Quarta-feira, 21 de Abril 2010

Brasil, 20 de abril de 2010.

Excelentíssimo senhores membro de Governo da Nação São Tomense, Sr. Presidente da Republica, Sr. Primeiro Ministro, Sr.Ministro da Educação, Srª. Ministra de planos e finanças e Srs.Deputados entre outros.
Excelência,

É lamentável a situação dos estudantes cá no Brasil, o governo não nos paga aproximadamente oito meses e a situação continua se agravando muito mais, quando deparamos com muitas contas em atraso e principalmente o aluguer da casa e a refeição que temos de fazer diariamente.

Não conseguimos entender como o governo Pode fazer uma coisa dessas principalmente a quem de Direito, sendo que a nossa estada cá como estudantes tem um objectivo e não se trata de um emigrante que ausentou do país porque pretendia a qualquer custo buscar soluções que minimizassem seus constrangimentos, mas sim alguém que assinou um protocolo com seu governo no que concernem ao pagamento de uma bolsa de estudo pelo menos no prazo de três em três meses.

Mas do que obvio isso nunca se sucedeu, encontra partida levamos seis, sete oito meses depois para receber um valor ínfimo que acima de tudo contribui para nos penalizar muito mais do que já estamos.

Não pretendemos com este artigo tecer qualquer critica aos Governantes de São Tomé e Príncipe, o principal objetivo é tentar buscar juntamente com o Governo uma solução que possa viabilizar duma vez por toda a irresponsabilidade e falta de humanismo. Temos a plena convicção de que a vossa excelência Sr.Ministro da Educação o responsável pelo controle da nossa manutenção, sabe perfeitamente a nossa situação cá no Brasil, a vossa Excelência esteve no Brasil no mês passado e averiguou quais a realidade, mas mesmo assim prefere fazer de conta que está tudo certinho…isso é cruel, isso não se faz, que tal vossa excelência se posicionar como um estudante contemporâneo e fazer uma viagem ao seu interior?

Porque vossa Excelência não siga exemplo de alguns países do PALOP que assumem a responsabilidade com seus estudantes e mostram patriotismo. É dessa forma que esperemos ver um São Tomé e Príncipe melhor?

Agora vejamos. Uma pessoa que paga aluguel no valor de 300 reais e, recebem a bolsa de 900 USD, depois de seus oito meses, tendo em conta que esse valor corresponde aproximadamente 1.500 reais, não esquecendo de materiais didáticos, transporte, saúde e alimentação.

Ao mesmo tempo reconhecendo que o salário auferido pelos nossos pais em São Tomé e Príncipe não corresponde com a realidade que lhes permitissem nos enviar algum trocado e, Vossa Excelência sabe perfeitamente, creio que o Governo deveria ser mais solidário, principalmente a quem de Direito, pelo menos nos manter informado e nos dar total atenção, quer moral, quer financeiro porque a final seremos também o servidor dessa pátria que um dia nos viu nascer… Mas pelo que pareasse, temos pessoas desumanas no comando do nosso País, não são gentes, ferem-nos e ficamos sem reputação. Bandos de arrogantes e prepotentes pensam que o país é vosso e façam que quiser. Será que o governo não consegue regularizar este subsidio e passar a nos pagar mensalmente duma vez por toda, de forma a evitar diversos constrangimentos?

Nos estudantes no Brasil não podemos trabalhar, o nível de vida tem estado a complicar a cada dia que passa e como estrangeiro não é muito bom para nos, queremos terminar o nosso curso e regressar logo, precisamos o mais breve possível que a vossa excelência Sr.Ministro da tutela faça alguma coisa em nosso favor.

Não podemos ter falta de auto-estima, isso prejudica nos estudos, mas o certo é que as coisas não têm sido fáceis, somos obrigados a atrasar no curso por não ter condições socioeconômicas financeiras suficientes para arcar com as despesas tendo em conta que um universitário precisa se reunir mínimas condições que lhe permita ter um bom desempenho acadêmico, algumas universidades ainda entra em greve, isso nos complica a vida, a situação é melancólica, Por favor, façam alguma coisa.

Sem qualquer outro assunto, aguardamos de imediato a mais alta decisão da vossa excelência.

Estudantes de São Tomé e Príncipe no Brasil

Autores:
Mateus D´alvaro
Bobe Valentin
Laura Boa Morte
Eliza de Assunção
Silmara Nunis
Mateus Abrão
Flavio Oliveira
João Botelho
Cleonice Lima

terça-feira, 20 de abril de 2010

ÁFRICA COMBATE A CRISE MELHOR QUE O RESTO DO MUNDO








Washington, 20 de Abril – África está a saber debelar melhor a crise do que o resto do mundo. O continente poderá mesmo registar um crescimento médio de 4,5 por cento, segundo as previsões do economista-chefe do Banco Mundial para África, Shantayanan Devarayan.

O mesmo responsável garante mesmo que “a década de 2010 será de África”, quando falava de Washington a jornalistas de alguns países africanos, incluindo de Moçambique, por videoconferência.

“África terá a sua oportunidade nesta década, mas precisa de criar as condições necessárias para agarrar essa oportunidade. Terá de confirmar o estatuto de melhor sítio para investimentos nos próximos anos”, sublinhou.




Num segundo momento, aspectos dessa história serão analisados. Não serão trabalhadas as relações entre grupos políticos, no caso o MLSTP (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe) - e a questão nacional.


O arquipélago de São Tomé e Príncipe é formado por ilhas vulcânicas e de grande vegetação. Foi provavelmente descoberto por João de Santarém e Pedro Escobar, os quais descobriram Tomé em 1460 e Príncipe em 1461. Há dúvidas relativas à habitação de São Tomé e Príncipe antes da descoberta, alguns estudiosos dizem que o arquipélago era habitado por “angolares”. Tais figuras, que apresentavam uma atividade simples de agricultura e pesca, serão posteriormente utilizadas para a construção da idéia nacional. Sua imagem está ligada ao ataque de engenhos.






O presente trabalho tem por objetivo compreender as questões nacional e colonial em São Tomé, mais precisamente, entender a falta de um sentimento nacional anterior à independência. Para tanto, foi basicamente utilizada a bibliografia final.

Num primeiro momento será apresentada pequena história do arquipélago, a fim de que seja possível identificar revoltas contra o colonialismo e aspectos que poderiam ter desenvolvido uma nacionalidade são-tomense. A história de São Tomé e Príncipe, assim como a história de todos os países africanos, é marcada pelos maus tratos dirigidos aos negros e mestiços.






Vários grupos humanos uniram-se para formar a população do arquipélago: europeus (em sua maior parte degredados), filhos de judeus e escravos originários da costa africana; São Tomé foi importantíssimo entreposto comercial.



Vista atual da Roça Água Izê
No período que vai de 1470 a 1485, o arquipélago era administrado pelo sistema das capitanias hereditárias. A principal cultura era a de cana-de-açucar, introduzida em 1501, tendo seu término no ano de 1822; posteriormente, foram introduzidas as culturas de cacau e fumo e o comércio de pimenta e madeira. Indubitavelmente, a ação colonizadora européia rapidamente ocupa as terras realizando um sistema de latifúndio e monocultura; em São Tomé, os grandes sítios eram conhecidos como “roças”.

A construção do nacionalismo em São Tomé e Príncipe

O presente trabalho tem por objetivo compreender as questões nacional e colonial em São Tomé, mais precisamente, entender a falta de um sentimento nacional anterior à independência. Para tanto, foi basicamente utilizada a bibliografia final.

Num primeiro momento será apresentada pequena história do arquipélago, a fim de que seja possível identificar revoltas contra o colonialismo e aspectos que poderiam ter desenvolvido uma nacionalidade são-tomense. A história de São Tomé e Príncipe, assim como a história de todos os países africanos, é marcada pelos maus tratos dirigidos aos negros e mestiços.



Num segundo momento, aspectos dessa história serão analisados. Não serão trabalhadas as relações entre grupos políticos, no caso o MLSTP (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe) - e a questão nacional.


O arquipélago de São Tomé e Príncipe é formado por ilhas vulcânicas e de grande vegetação. Foi provavelmente descoberto por João de Santarém e Pedro Escobar, os quais descobriram Tomé em 1460 e Príncipe em 1461. Há dúvidas relativas à habitação de São Tomé e Príncipe antes da descoberta, alguns estudiosos dizem que o arquipélago era habitado por “angolares”. Tais figuras, que apresentavam uma atividade simples de agricultura e pesca, serão posteriormente utilizadas para a construção da idéia nacional. Sua imagem está ligada ao ataque de engenhos.

A Ilha de Bom Bom, no Arquipélago de
São Tomé e Príncipe


Vários grupos humanos uniram-se para formar a população do arquipélago: europeus (em sua maior parte degredados), filhos de judeus e escravos originários da costa africana; São Tomé foi importantíssimo entreposto comercial.



Vista atual da Roça Água Izê
No período que vai de 1470 a 1485, o arquipélago era administrado pelo sistema das capitanias hereditárias. A principal cultura era a de cana-de-açucar, introduzida em 1501, tendo seu término no ano de 1822; posteriormente, foram introduzidas as culturas de cacau e fumo e o comércio de pimenta e madeira. Indubitavelmente, a ação colonizadora européia rapidamente ocupa as terras realizando um sistema de latifúndio e monocultura; em São Tomé, os grandes sítios eram conhecidos como “roças”.

Para o trabalho foi utilizada, em enormes quantidades, a mão de obra escrava, a qual se rebelou diversas vezes contra os desmandos do sistema colonial.

Basicamente, a sociedade sãotomense é constituída por grandes proprietários e administradores, pequenos proprietários nativos, trabalhadores rurais e, com o fim da escravidão, serviçais contratados, a enorme maioria.

Residência do Administrador da Roça Água Izê
com seus funcionários em dia de pagamento
à frente


Durante o período que se iniciou em 1501 com a exploração da cana-de-açucar, o tráfico negreiro era sobremaneira praticado, as hostilidades contra os negros eram cada vez maiores e várias revoltas ocorreram; entretanto, devido ao caráter localizado das mesmas, ao excesso de espontaneidade e à falta de organização, o colonizador sempre conseguiu conter os revoltosos. Em decorrência das grandes e violentas repressões, assim como pelo desejo de fugir da colonização e viver a própria cultura, os escravos sempre escapavam para o interior, para as florestas, onde se juntavam a outros escravos fugidos e revoltados. Muitas vezes continuavam atacando as grandes fazendas, provocando incêndios e mortes que abalavam a estrutura dos colonizadores.



Foto atual do Centro da Capital, São Tomé
Uma das mais conhecidas oposições, a mais forte delas, foi realizada por Amador, o qual se autoproclamou rei de São Tomé em julho de 1595, e seu grupo. Amador - que foi escravo de um capitão-do-mato, e em decorrência disso conseguiu aprender alguma estratégia de guerra, organizou de forma militar um enorme contingente de escravos e combateu os colonos, conseguindo libertar a maior parte do território e, inclusive, a administração colonial localizada na capital. Devido ao menor poderio bélico e à traição de alguns membros do exército, Amador foi capturado e assassinado em janeiro de 1596.


Entretanto, a derrota do rei Amador não caracterizaria o fim das resistências, as quais teriam continuidade por todos os séculos seguintes. Vale ressaltar que o incidente do rei Amador também foi utilizado na posterior construção de uma pretensa nacionalidade.


No período que vai do fim do séc. XVI ao final do séc. XVIII a economia agrícola mostra-se estagnada, porém, com a introdução das culturas de cacau e café, que prosseguem até a independência, a agricultura recebe nova injeção de vigor. Mais mão-de-obra é requerida, porém, a escravidão já não se constitui como método válido e vantajoso para os colonos. Ocorre a abolição, imediatamente seguida pela introdução do contrato do trabalho, o qual trouxe a São Tomé enormes quantidades de negros angolanos, cabo-verdianos e moçambicanos.

Empregados cabo-verdeanos da Roça Boa Entrada
(foto do começo do Séc. XX)


Não obstante, os contratados continuam desgostosos com as condições de trabalho, as quais, a bem da verdade, continuavam péssimas e só objetivavam os lucros dos colonizadores, desconsiderando os mínimos direitos dos povos submetidos. Vários movimentos contestatórios ocorrem, entre eles o de 1953, que ficou posteriormente conhecido como Massacre de Batefá. Tal acontecimento, que foi um movimento de total resistência aos trabalhos nas roças, recebeu esse nome pois aproximadamente mil revoltosos foram mortos pelos colonizadores. Aparentemente, esse acontecimento separa a revolta são-tomense em dois grandes momentos, a saber: o anterior a ela, quando as revoltas eram mais espontâneas e desorganizadas; e o posterior a ela, onde a resistência começa a ficar mais organizada e, vista a falta de uma sociedade revolucionária, toma as características de resistência cultural.



Igreja de Santana
Uma das características da colonização é tentar dar um fim à cultura do colonizado, substituindo-a pela cultura do colonizador. Em São Tomé, esse também foi um ponto. As danças e músicas tradicionais eram proibidas, não obstante, com a ajuda delas, especialmente do Congo – dança de querra que poderia incitar o povo à revolta – e do Lundum – canções metafóricas que muitas vezes escarneciam os colonizadores e o sistema colonial – começou a se forjar a idéia de nacionalidade e de unidade.

Como dito anteriormente, na falta de uma sociedade revolucionária ou de um projeto político para a independência, o projeto independentista foi baseado na oposição racial, sendo considerada (criada) uma unidade a partir de tudo aquilo que não era branco. Entretanto, tal projeto racista encobriu uma série de diferenças sociais que existiam em São Tomé, deixando de fora todo um pluralismo social. Forjou-se um sentimento identitário, de pertença a algo, encobrindo uma série de diferenças sociais em nome de uma semelhança. Em 12 de julho de 1975, quando São Tomé e Príncipe tornou-se independente de Portugal, podia-se falar em Estado São-tomense, entretanto, a nação são-tomense continuava inexistindo.


Após a anterior exposição dos fatos e de aspectos da questão colonial, passamos agora à análise que buscará mostrar que, mesmo em face de um passado colonial comum, não foi possível o surgimento de um sentimento nacional são-tomense responsável pela independência. Apesar de uma certa identidade, principalmente racial, não se pode falar em nacionalidade.


Parafraseando o que afirma Augusto Nascimento em seu texto Identidades e Saberes na Encruzilhada do Nacionalismo São-Tomense (op. cit.), recusa-se ver, nas circunstâncias que cercam as revoltas do período colonial, em qualquer reação contra as autoridades coloniais, um indício qualquer de nacionalismo, antes, eram um sinal de revolta grupal contra um inimigo comum, não a batalha de uma identidade comum contra um inimigo comum. Ou seja, as revoltas do período colonial, até mesmo o levante do rei Amador, não são revoltas que trazem algum cunho nacionalista, são revoltas contra a ordem imposta. Antes de ser de cunho nacionalista, a independência foi marcada pela conjuntura e pelo arrastamento da questão colonial portuguesa. Em 1974, já bem perto do 12 de julho, apenas uma pequena minoria tinha a independência como projeto político, mas rapidamente conseguiu apoio popular. Como dito anteriormente, esse projeto, que criava a identidade são-tomense levando em conta a oposição com a raça branca, acabava por encobrir uma diferença social entre os filhos da terra e os de outra origem. Além disso, após a independência, em vez da repartição das terras, a estrutura das roças foi mantida, traçando desse modo a estrutura da distribuição do poder no período pós-independência.



Entrada da Roça Sundy, em Príncipe
O fato de os roceiros utilizarem mão-de-obra angolana, cabo-verdiana e moçambicana nas roças são-tomenses também é um empecilho para a formação de um ideário nacional antes da independência. Por meio dessa contratação, os roceiros tentavam prevenir as contestações e as mudanças sociais nas roças, evitando a criação de uma identidade comum; os trabalhadores também tinham as suas localizações modificadas constantemente.


Sem dúvida, o arquipélago de São Tomé e Príncipe assemelha-se mais a uma sociedade colonial, ou seja, uma sociedade que se arregimenta ao redor dos valores e do poderio da metrópole, no caso Portugal. Se a semelhança fosse com uma sociedade crioula, onde ocorre maior interação-integração entre os diversos grupos, raciais e de outros matizes, ao redor de valores locais, provavelmente haveria maior crescimento relativo à idéia e sentimento de nação.

Por fim, outro aspecto que merece ser levantado é o que chamaremos aqui de “mestiçagem”, o qual foi muito bem trabalhado por Roland Corbisier em seu prefácio ao livro Retrato do Colonizado Precedido Pelo Retrato do Colonizador (op. cit.), de Albert Memi. De acordo com Corbisier, o colonizado, só existe em função do colonizador, fazendo sua imagem a oposta da dele. Entretanto, tanto colonizador como colonizado são influenciados um pelo outro, num processo constante de mestiçagem cultural. Ao negar totalmente a raça branca, forjando sua identidade num projeto racista de oposição e total rejeição ao branco, o povo são-tomense perde a oportunidade de se compreender melhor em comparação ao outro, além de, conforme dito anteriormente, encobrir uma série de diferenças sociais. Deixa de compreender seu caráter mestiço, o qual, infelizmente, ocorreu por imposição. Daí claramente se justifica o projeto de oposição racial, pois após anos de exploração, passa-se a se odiar aquele que explorou.

________________________

Bibliografia:

1) AGUIAR, Armindo: “Os Fundamentos Históricos da Nação São-tomense” in V/A: A Construção da Nação em África – Os Exemplos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. Colóquio INEP / CODESRIA / UNITAR.

2) MEMI, Albert: Retrato do Colonizado Precedido Pelo Retrato do Colonizador. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, 3 ed.

3) NASCIMENTO, Augusto: “Identidades e Saberes na Encruzilhada do Nacionalismo São-Tomense” in Revista Política Internacional: nº 24, outono / inverno de 2001.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A FORÇA DA CRIATIVIDADE … DIANTE DA OBSCURIDADE

Dependência total

vergonhoso estado do povo

dependência total

grito sangrento da morte

dinamismo na corrupção nacional

juramento falso perverso

no país de tiranos

que é “São Tomé e Príncipe”

Guerrilheiros da fome com morte nas mãos

brindam “ viva” no sofrimento do povo

massacrando os filhos das ilhas

sem dó pelas almas dessa Pátria imoral



Dependência total, fatal e completa

desconstruindo o progresso e a paz,

a Nação mais desgostosa da terra

com acções irracionais para com o povo



Dependência total

vergonhoso estado do

dependência total

grito sangrento da morte



Enganando, roubando e destruindo

caminhamos a passos de caranguejo

em relação aos outros povos africanos

só envergonhando a bandeira nacional



Voz do povo, nunca presente, só presente nas campanhas

geme e se perde no coro da esperança

nunca se faz ouvir na hora do perigo

só é ponte para o «enriquecer» dos vis



Dependência total

vergonhoso estado do povo

dependência total

o grito sangrento da morte

dinamismo na corrupção nacional

juramento falso e perverso

no país de tiranos

que é São Tomé e Príncipe





this is t he true stp distintive

o hino da pqtria mais desgostosa da terra...curtam ahahahahahahahahahaahahahahaaaha....

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Governo insatisfeito com qualidade do serviço das operadoras de telemóvel

O Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM) classificou hoje “abaixo do nível desejado” a qualidade dos serviços prestados pelas duas empresas de telefonia móvel que operam no país, anunciando a introdução de novos padrões de qualidade.


Segundo o director executivo do INCM, Américo Muchanga, a recorrente impossibilidade de falar por telefone móvel em Moçambique é um exemplo da baixa qualidade dos serviços prestados pelas duas operadoras que exercem a actividade no país.

Para Américo Muchanga, a infraestrutura que a mCel, operadora do Estado, e a Vodacom, firma privada de capitais sul-africanos, montaram é insuficiente para atender ao intenso tráfego nas comunicações por telemóvel que o país regista actualmente.

“As operadoras planearam a sua infraestrutura para um certo número de clientes, mas o mercado suplantou a capacidade dessa infraestrutura. Várias vezes tentámos fazer um telefonema e não conseguimos”, sublinhou o director executivo do INCM.

“Isto é sinal de que as operadoras têm capacidade insuficiente para o número de utentes de telemóvel”, acrescentou Américo Muchanga.

Para reverter a situação, disse Américo Muchanga, o INCM vai propor ao Conselho de Ministros que obrigue as empresas de telefonia móvel a respeitar novos padrões de qualidade e a modernizar a sua infraestrutura, já a partir de Junho.

“As novas exigências deverão ser respeitadas num prazo de 180 dias, após a sua aprovação pelo Conselho de Ministros, de modo a que as operadoras prestem serviços de maior qualidade”, sublinhou Américo Muchanga.

Esta semana, o Governo lançou um concurso para a selecção de um terceiro operador de telefonia móvel, que poderá entrar em actividade a partir de Outubro de 2011.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

DESCOBERTA BACTÉRIA QUE BLOQUEIA DUPLICAÇÃO DO DENGUE

Michigan, Estados Unidos, 5 de Abril - Uma bactéria que pode bloquear a duplicação do vírus do dengue em mosquitos foi descoberta por cientistas da Universidade do Estado de Michigan, nos EUA, avança o diariodigital.

A descoberta poderá ajudar no desenvolvimento de tratamentos contra a doença que ameaça cerca de 2,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo e para o qual actualmente não existe vacina.

«Na natureza, cerca de 28% das espécies de mosquitos são hospedeiros da bactéria Wolbachia, mas esse não é o caso do mosquito transmissor do dengue, o Aedes aegypti. Verificamos que a Wolbachia é capaz de parar a duplicação do vírus do dengue e, se não houver vírus no mosquito, ele não se espalhará para as pessoas. Ou seja, a transmissão da doença poderia ser bloqueada», disse Zhiyong Xi, um dos autores do estudo.

O estudo foi publicado na edição de Abril da revista PLoS Pathogens. Xi e os seus colegas introduziram a bactéria em mosquitos Aedes aegypti através da injecção do parasita em embriões.

Os investigadores mantiveram a Wolbachia em insectos no laboratório por quase seis anos, com a bactéria a ser transmitida de uma geração a outra.

Quando um macho com a bactéria cruza com uma fêmea não infectada, a Wolbachia promove uma anormalidade reprodutiva que leva à morte precoce de embriões.

Mas a Wolbachia não afecta o desenvolvimento embrionário quando tanto o macho como a fêmea estão infectados, de modo que a bactéria pode espalhar-se rapidamente, infectando uma população inteira de mosquitos. A bactéria não é transmitida dos mosquitos para humanos.

NC

terça-feira, 30 de março de 2010

Guiné-Bissau: PJ Policia Judicial deteve sete funcionários públicos suspeitos de corrupção

Guiné-Bissau: PJ Policia Judicial deteve sete funcionários públicos suspeitos de corrupção



Bissau - A Polícia Judiciária (PJ) guineense deteve esta quarta-feira, mais sete pessoas, suspeitas de envolvimento na prática de corrupção na administração pública.

A notícia foi avançada esta quinta-feira à PNN pelo director-geral adjunto da Polícia Judiciária, Edmundo Mendes (na foto). Eleva-se assim para vinte e um, o números de funcionários públicos detidos pela justiça guineense nos últimos dias, por alegada corrupção.

De acordo com este responsável, continuam a decorre as investigações sobre as acusações em que os detidos figuram como suspeitos nos referidos processos.

Neste sentido, Edmundo Mendes admitiu que nos próximos tempos muitas pessoas vão ser ainda detidas no âmbito do mesmo procedimento.

«É um processo que vamos levar até ao fim, se as pessoas pensarem que isto não tem pernas para andar, estão enganadas», advertiu Edmundo Mendes.

Refira-se que, nas duas últimas semanas, catorze pessoas foram detidas pela justiça guineense, tendo já sido decretados prisões preventivas pelo Juiz de Instrução Criminal.

A SEMANA : Primeiro di?rio caboverdiano em linha

Cabo Verde sobe cinco posições no ranking mundial das telecomunicações 30 Março 2010

Cabo Verde saltou da 107ª posição na lista mundial em desenvolvimento da tecnologia da informação e comunicação para a 102ª. A nível continental, o nosso país ocupa o quarto lugar.


Os dados constam do relatório “Avaliando a Sociedade da Informação 2010”, publicado pela União Internacional para as Telecomunicações.

O estudo avalia a redução dos preços de telefonia e Internet em 159 países, comparando os dados levantados entre 2007 e 2009. O índice combina os custos médios de telefone fixo, móvel e serviços de acesso à Internet em banda larga.

Na avaliação geral, as maiores quedas foram observadas no preço da internet (42%), seguido de serviços de telefone móvel (25%) e fixo (20%). Apesar da redução significativa, os serviços de telecomunicações, em especial o acesso à banda larga, continuam fora do alcance de muitas pessoas.

Em Cabo Verde, o índice dos custos dos serviços de telecomunicação foi encurtado expressivamente, de 11,26% do rendimento médio bruto per capita em 2008 para 7,09% em 2009. Na lista dos países africanos, o arquipélago alcançou o 4° lugar, atrás de Seychelles (66ª posição no ranking geral), ilhas Maurícias (72ª), e África do Sul (92ª).

A telefonia fixa e a móvel são os melhores índices na avaliação dos serviços cabo-verdianos, com os custos a caírem de 4,22% para 1,93% (fixa) e 9,9% para 5,98% (móvel). Quanto à banda larga, apesar da redução, o custo ainda é relativamente alto, fixado no ano passado em 19,65% do rendimento.