sexta-feira, 22 de outubro de 2010

29/09/2010 Alimentação no período de seca deve mudar para adultos e crianças Segundo especialista, é preciso dar prioridade a alimentos naturais e co

Segundo a previsão do tempo, a seca que castiga S.Tomé e Príncipe ainda está longe de dar uma trégua. Mas com uma alimentação adequada as pessoas podem amenizar os incômodos desse período de baixa umidade do ar, sobretudo a desidratação corporal. O ideal é que sejam ingeridos até três litros de água por dia. Também é preciso dar prioridade a alimentos naturais e com baixos teores de açúcar e gordura.
A nutricionista da coordenação de Atenção à Saúde do Servidor do Ministério da Saúde, Ivana Vasconcelos, recomenda priorizar os sucos naturais e frutas com maior quantidade de água. “Nesta época é preciso redobrar os cuidados com o consumo de sucos artificiais e refrigerantes. Pois, além de não hidratar podem ser prejudiciais à saúde. O ideal é dar prioridade aos sucos naturais sem ou com pouco açúcar, água de coco e frutas que tenham porcentagem maior de água, como a melancia e a mexerica”, -orienta Ivana.
Segundo a nutricionista, o ideal para ter uma alimentação saudável é evitar o consumo de carnes e de embutidos em geral, como presunto, salames, mortadela, salsicha, entre outros. Para ela, o caminho é consumir hortaliças cruas, que são servidas frias e dão uma melhor sensação para o corpo.
Ivana Vasconcelos lembra, ainda, que as crianças são muito afetadas nesse período. Por isso, os pais devem redobrar os cuidados com o consumo de líquido dos pequenos e evitar que eles comam alimentos com alto teor de gordura, como o creme de leite e o requeijão. " Adultos são mais resistentes, mas bebês e crianças se desidratam com facilidade. Por isso, os pais devem ficar atentos. O ideal é oferecer líquidos o tempo todo e incentivar o consumo de alimentos leves" , completa a especialista.

Por: Leonildo Costa

Viagens a São Tomé e Príncipe

País muito querido pelos portugueses, Brasileiros por todos, São Tomé e Príncipe oferece a oportunidade de uma viagem inesquecível ao lado de um povo franco e hospitaleiro. As históricas roças de São Tomé - como a Roça São João -, as praias desertas e as plantações de café do Príncipe, o imaculado ilhéu das Rolas, as tartarugas da praia Jalé com suas cabanas para ecoturismo, e a própria cidade de São Tomé, capital do país são motivos de sobra para viagens a São Tomé e Príncipe.

São Tomé e Príncipe

Antiga colónia portuguesa independente desde 1975, São Tomé e Príncipe quer favorecer um turismo de qualidade, propondo um quadro único de descoberta, preservando o melhor possível as suas paisagens luxuriantes, a sua arquitectura singular e, sobretudo, a sua cultura calma.

São Tomé e Príncipe é um país em vias de desenvolvimento cuja economia é baseada essencialmente no cacau, no café, na pequena agricultura e na pesca. Situado no Golfo de Guiné, sobre o Equador, a aproximadamente 220 quilómetros da costa ocidental africana, é o segundo estado mas pequeno de África, depois das Ilhas Seicheles.

O Arquipélago, de origem vulcânica, é constituído pelas ilhas de São Tomé com 854 Km² e pela ilha de Príncipe com 136 Km² e ainda por inúmeros ilhéus, com uma superfície total de 1001 Km². Percorrendo as ilhas, no meio de uma vegetação exuberante, entrecortada por numerosos cursos de água e riachos, distinguem-se relevos acidentados de altitudes diferentes. Os mais importantes são: o Pico de S. Tomé com 2024 metros, o Pico Pinheiro, o Pico Calvário, o Pico Cabumbé, o Pico do Príncipe, o Pico Papagaio, e o Pico Cão Grande que constitui uma referência da paisagem local.

As Ilhas contam com cerca de 140 000 habitantes (cerca de 7 000 no Príncipe). É uma população mestiça aberta ao mundo e sorridente que gosta de intercambiar com os estrangeiros apesar de um forte indíce de pobreza.
Cultura de São Tomé e Príncipe

Com uma história densa de contornos universais, São Tomé e Príncipe constitui um mosaico cultural riquíssimo. Sendo a população sãotomense resultado da miscegenação entre portugueses e nativos oriundos da costa do Golfo da Guiné, Angola, Cabo Verde e Moçambique, assim se explica tal riqueza, bem patente na sua cultura (no seu rico folclore, na língua, na dança, na música, no seu ritual e na gastronomia).

Na área arquitectónica, a fortaleza de São Sebastião, a catedral da Santa Sé (Igreja da Sé), situada ao lado do Palácio Presidencial, o Arquivo Histórico e outros tantos edifícios de inspiração barroca são espaços de visitas culturalmente enriquecedoras. O Museu, situado na capital, possui uma colecção de arte sacra e de reconstituição de interiores tradicionais da época colonial.

Ao longo do ano, cumpre-se o ritual e a veneração popular; são muitas as festividades religiosas celebradas de acordo com as tradições da Igreja católica e manifestações pagãs que animam as ruas das principais cidades, vilas e luchans.
Entre várias formas de expressão cultural no arquipélago, distinguem-se o genuíno Socopé (só com o pé), a Ússua, Puita, Djambi, o Tchiloli, Bligá, Stleva, Quiná, Vindes Meninos, Dêxa, Auto de Floripes, entre outras.

A arte plástica é um fenómeno cultural novo para Tomé e Príncipe. Pintores, escultores, artesãos de talento não faltam. É possível encontrar artistas em diversos lugares: em São Tomé na galeria Teia D'arte, na roça São João, em Santa Casa da Misericórdia. Quanto ao artesanato, um entreposto de venda está aberto ao público ao lado do hotel Miramar. É de assinalar também que vários hotéis, restaurantes e bares propõem lugares de exposições e de vendas.
Tchiloli

Desde o século XVI, uma peça de teatro, o Tchiloli, é encenada na ilha de São Tomé e Príncipe ritmando os tempos fortes do ano: as festas religiosas e as festas civis. A representação dura quase quatro horas. É uma obra atribuída ao poeta cego português Balthasar Dias: "A tragédia do marquês de Mântua e do Imperador Carlos Magno". A peça foi introduzida em São Tomé e Príncipe no fim do século XVI pelos portugueses que vieram implantar a cultura de cana-de-açúcar.

A história desenrola-se durante a época carolíngia e foi trazida sem dúvidas pelos trovadores de origem borgonhesa a partir do século XI em Portugal.

O Tchiloli (nome crioulo da peça), mostra várias personagens históricas: Carlos Magno, seu filho Carloto, o Marquês de Mântua, Balduino, Reinaldo de Montalvão, Rolando. O encadeamento da história é construido em torno de um assassinato que dá lugar a uma longa apologia sobre a justiça. O assassinato acontece durante uma caçada, Marquês de Mântua descobre seu sobrinho Valdevinos, que agonisa. Valdevinos em agónia acusa o príncipe D.Carloto, seu melhor amigo, de o ter matado para lhe roubar a sua esposa, Sibila. Marquês de Mântua envia o duque de Amão e Beltrão a Corte de Carlos Magno para pedir justiça. É então organizado um processo na presença do defunto que é colocado entre as duas famílias. Uma carta encontrada, é levada por um jovem pagem, acabrunha Carloto. Apesar das súplicas da sua mulher, Carlos Magno condena à morte o seu filho na presença do ministrol da Justiça. D.Carloto recorre desta decisão com ajuda do seu advogado o conde Anderson mas em vão, Carlos Magno permanece inflexível.

Desde o século XVI que os são-tomenses apropriaram-se desta peça incluindo os seus próprios textos e a sua cultura. Os textos são também improvisados de acordo com a actualidade local. Os fatos e os acessórios são frequentemente contemporâneos: telefone portátil que serve para chamar o advogado, um relógio é utilizado por Carlos Magno que consulta a hora, óculos de sol em plástico são utilizados pelos actores que utilizam também pastas, máquinas de escrever.

A peça põe em cena um processo onde a justiça é feita, quer seja o acusado rico, quer seja o acusado pobre. A presença ainda muito importante desta peça após estes séculos passados pode ser explicada por dois factos essenciais. O primeiro é a visão do poder português em Carlos Magno e um público que se reconhece na pessoa de marquês de Mântua que é injustamente oprimido mas que resiste. O segundo é a representação da vítima que é omnipresente durante a peça que representa o culto dos Africanos para as mortes com a preocupação de honrá-los.

As companhias teatrais, denominadas "Tragédia", que dão as representações de Tchiloli, são constituídas por cerca de trinta pessoas: todos homens que desempenham então os papéis das mulheres. Os papéis são hereditários, cada um dos actores possui o seu papel durante toda a vida e transmite-o aos seus filhos ou afilhados.