quinta-feira, 20 de maio de 2010

Escolhas turismo

Digo muitas vezes “o que seria do amarelo se todos gostassem do azul”, mas nem sempre é assim…
Ok, vamos escolher definitivamente o turismo como ponto de partida para arranque do País ou não?

Vamos escolher a agricultura? Sei lá! Tomates, cenouras, cacau, coco, ananás? Pode ser, mas parece que não encontramos compradores se produzirmos mais do que 20 hectares…e exportar? Talvez. E que condições para transportar, preços e acordos?

Vamos escolher a pesca? Artesanal? Isso dará para a subsistência! Ok, industrial!? Com quem? Acordos? Sim, fizemos alguns, mas também temos alguns “encalhados”.

Vamos ao petróleo? Sim, mas temos que rever, muitos dos acordos feitos e deitar a baixo alguns contractos à luz da boa governança. Será melhor aguardar alguns anos até sermos “maiores e vacinados”.

…e turismo? Valerá a pena ou não? O que pode vir daí?
Bem imaginem que começa a vir mais gente visitar-nos…precisamos de mais papel para impressos dos vistos, mais motoristas para os levar aos hotéis, mais alguns dicionários para os perceber, mais alguns quilos de fertilizantes para as cenouras, mais motores Yamaha de 15 cavalos para trazer peixe andala, mais mesas para servir umas creoulas frescas, mais lixas para o artesanato, mais tecido para as batas dos enfermeiros, mais pedra para calcetar as estradas… Ah! Também vamos precisar de mais gasóleo…
Enfim se calhar chegamos à agricultura, à pesca aos serviços e muito mais se começamos pelo TURISM

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cuba quer construir universidade de medicina em São Tomé

São Tomé 12-05-2010 - O Governo cubano pretende construir em São Tomé uma universidade de medicina avançada, de acordo com uma proposta apresentada pelo embaixador cubano acreditado em São Tomé e Príncipe e Angola, Pedro Ross Leal. A proposta cubana foi apresentada pelo diplomata durante um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros são-tomense, Carlos Tiny. “Estamos a amadurecer um projecto para abrirmos uma escola de medicina, aqui em São Tomé”, disse Pedro Rossi Leal, acrescentando: “nós temos pouco, mas podemos repartir o pouco que temos com os outros. Essa é a nossa filosofia”.

O diplomata cubano, residente em Luanda, disse que essa universidade de medicina pode ter a comparticipação de outros países, acrescentando que terá a valência para “formar médicos para São Tomé e para o resto dos países da sub-região”.

Para as autoridades são-tomenses, o projecto é visto “com bons olhos” já que “se enquadra na política do Governo para a transformação de São Tomé e Príncipe num país de prestação de serviços”, disse uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação são-tomense (MNEC).

Segundo a mesma fonte, a execução desse projecto está prevista para médio prazo porque o objectivo é limitar o envio para Cuba de estudantes para formação em medicina e aumentar, consequentemente, o número daqueles que pretendem formar-se nessa área.

“No próximo mês de Agosto estão previstos deslocar-se para Cuba uma vintena de estudantes são-tomense para fazer medicina. Tendo uma escola aqui, podem fazer medicina 50, 60 ou 100 jovens”, disse Pedro Ross.

“Nos últimos três anos, foram abertas cinco escolas de medicina em Angola, em cinco províncias diferentes. Podemos fazer o mesmo aqui em S. Tomé”, acrescentou o embaixador.

Cuba tem atualmente a trabalhar no principal hospital do arquipélago uma equipa de sete médicos nas especialidades de cirurgia geral, pediatria, ginecologia, internamento, psiquiatria, anestesia e otorrinolaringologia.

“Quando você olha para a população de São Tomé, pergunta quem são os profissionais e técnicos que existem em São Tomé e Príncipe e chega à conclusão que a grande maioria formou-se em Cuba ou com os professores cubanos em São Tomé quando tínhamos aqui professores há mais de 30 anos”, justificou.

A cooperação com Cuba centra-se atualmente nas áreas de educação (formação de quadros) e nos domínios da saúde, onde Cuba tem vários médicos especialistas a trabalhar como cooperantes, pagos com o financiamento da cooperação taiwanesa.

“Estamos a trabalhar no sentido de alargar essa cooperação para outras áreas”, acrescentou o diplomata cubano, que aponta o turismo e a pesca como o próximo alvo da cooperação entre os dois países.

“Somos uma potência turística, recebemos 2,3 milhões de turistas por ano e podemos transmitir essa experiencia para o apoio ao desenvolvimento turístico de São Tomé e Príncipe”, explicou.

Solidariedade contra o embargo dos EUA

Enquanto isso, Cuba pediu “solidariedade dos países amigos” com vista a pressionar a administração norte-americana a levantar o bloqueio económico imposto há mais de 40 anos, disse o embaixador cubano.

“Temos uma situação económica muito séria, a nível internacional temos que dar no duro porque temos adicionalmente a crise económica mundial e o bloqueio desumano e brutal que se exerce contra o nosso país”, disse Pedro Ross Leal.

“Como sempre, temos contado com o apoio e a solidariedade de São Tomé e Príncipe na arena internacional” disse o diplomata cubano, lembrando que em Setembro próximo se realiza a Assembleia Geral das Nações Unidas, em que um dos temas em discussão será o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba.

“São Tomé e Príncipe, na voz do seu Presidente, sempre apoiou o levantamento do bloqueio imposto contra o nosso povo, contra o nosso país, contra os nossos, velhos, mulheres e crianças”, acrescentou o diplomata cubano

sexta-feira, 7 de maio de 2010

ENASA em greve e avião da TAP aterra sem nível de segurança aérea exigida

O Parvo 07-05-2010 O avião comercial da TAP aterrou e descolou esta manhã no Aeroporto Internacional de SãoTomé, sem as devidas condições de segurança porque os trabalhadores da Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea (ENASA) estão desde ontem em greve indeterminado. Os trabalhadores exigem a demissão em bloco da direcção da empresa, devido a má gestão e falta de condições laborais e salariais.

As autoridades fizeram deslocar esta manhã para o aeroporto cerca de três dezenas de policiais de intervenção que se encontram espalhadas por todos os edifícios e serviços aeroportuários. Em contacto telefónico esta manhã, com o líder do sindicato dos trabalhadores, Osvaldo Monte Verde confirmou esta aterragem sem nível de segurança exigida. Apontou o exemplo de dois carros bombeiros municipais, que designou chamar de “caixas de fósforo” sem preparação para um serviço de segurança aeroportuário.

A propósito, disse mesmo que vai elaborar um relatório de denúncia a OIT sobre essa situação, apontando os perigos desse comportamento das autoridades. E, perante uma situação que viola os direitos dos trabalhadores e que possa pôr em perigo a vida dos passageiros, Osvaldo Monte Verde disse que ainda esta manhã o sindicato vai reunir todos os trabalhadores para ouvi-los e tomar outras posições, conforme decisão do colectivo.

O Sindicato da ENASA vai também apontar o dedo à TAP que, no entender do sindicato, tem duas “cores” e duas “línguas” nas reclamações que ela vem fazendo sobre a questão de segurança no Aeroporto Internacional de SãoTomé. Diz Osvaldo Verde que a TAP está sempre a lamentar sobre a situação de segurança do aeroporto.

Por isso, coloca uma pergunta: “Sabendo a TAP que os trabalhadores da ENASA estão em greve, (aumento de insegurança), porquê transportar passageiros nestas condições para SãoTomé?”. Comentando, Osvaldo Verde diz que a TAP terá feito isso para “somar pontos ao primeiro-ministro, Rafael Branco e a sua filha Natacha Branco que é delegada da TAP em SaoTomé e Príncipe”.

Saliente-se que esta greve continuou depois de fracassados encontros de negociações que o sindicato dos grevistas teve com o ministro de tutela, Benjamim Vera Cruz e o primeiro-ministro, Rafael Branco. Do fracasso, as carreiras comerciais da TAAG e de outras não puderam ser concretizadas. Será que a TAP terá feito uma aventura?